Friday, December 29, 2006

Check it out! It's Chilli Out!!!

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Ontem, depois de um dia sacal de trabalho, afinal e final de ano e nada anda como deveria, fomos ver o lugar que vamos passar o Ano Novo. Eu e Karina num site inspection de fim de dia. Era para ser um happy night rapidinho, so para colocar a conversa de 2 dias em dia, mas terminou quase 1 da manha...

Bom papo, boa companhia, boa bebida, pessoas bonitas e um lugar fantastico!
A dose perfeita para um final de quinta-feira.

Antes nao tivesse ido porque e tao lindo, mas tao lindo, que o impacto da surpresa perdeu a forca. Nao imaginava um lugar tao paradisiaco como esse. Mar ao fundo, mesas num tablado na areia, iluminacao, clima ... chilli out. Estilo de musica que deu nome ao lugar.
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Check it out!!!! It's Chilli Out!!!



Vista de dentro do bar para a parte externa.
Mesas detalhadamente montadas e decoracao bem zen na areia se misturando a coqueiros.
A direita, as gaiolas onde ja fizemos nossa reserva de horario para o Reveillon.



PS.: Marcinha, a nossa cara! Voce ia amar. Voce fez falta e vai fazer muita no Ano Novo. Saudades!!!!

Tuesday, December 26, 2006

Ressaca de Natal


Apesar de dormir pouco (sempre eu, a baladeira - primeira a chegar e ultima a sair...), acordamos todos bem e dispostos loucos por uma praia. Menos Ro, que hiberna e nunca acorda antes das 2 da tarde. Nunca vi tamanha disposicao para dormir!!!
Saimos de casa munidas de canga, bone e bronzeador, eu, Aline e Freddy (sem as cangas claro!) para um dia de sol e mar nas lindas aguas das praias da Ilha de Luanda... ahahahah piada... queriamos praia e todos os bares da ilha fechados. Plano B: tomar sol no quintal...
Para fazer aquele churrasquinho basico precisavamos de somente algumas coisinhas. Queriamos gelo... e nada! Nenhum lugar para comprar... nenhum lugar para comprar algo gelado ou tomar uma gasosa. F... nem combustivel para o carro tem na cidade... ha 2 dias.
Ainda bem que lembramos que carne congelada e um restinho de vodka do churrasco tinha sobrado, umas cocas e um pouco das fritas das pescarias de Freddy. Fechado. Churrasquinho
Como ja era tarde depois dessa maratona, acabamos contando com a ilustre companhia de Roro.



Nosso almoco do dia 25. Picanha, farofinha, pringles e amendoim, aqui chamado de ginguba.


Preparar, apontar, fogo!!! Caipirinha, santa invencao brasileira!



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Carta ao Pai Natal

Pai Natal,
Nos comportamos bem esse ano. Trabalhamos bastante, economizamos no uso do gerador e enfrentamos o calor aqui sem reclamar quando o ar condicionado nao funcionou. Atendemos todos os telefones de cliente na hora do almoco, fomos a reunioes de noite e enfrentamos tambem horas de engarrafamento para chegar a qualquer lugar. Ate nas filas dos postos de gasolina. Nos ajudamos uns aos outros o tempo todo, mesmo quando a vontade e de matar o outro... nao merecemos um presentinho de Natal?
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Eu, em nome dos amigos da Engenhonovo, solicito que deixe em nossa chamine (yes... nossa casa tem chamine! Descobrimos nesse churrasco de tanto olhar para as moscas voando! Nao tem desculpas) uma piscina Reggan. Essa e a prenda de Natal que queremos. Nao podemos viver de baldes, escadas e boa vontade dos amigos para enfrentar esse calor de Angola!

O que o senhor sente vendo essa cena?
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Pai Natal, apesar de nao temos CEP aqui em casa, nosso bairro esta no Google e pode ser encontrado facilmente se o senhor perguntar para um de nossos amigos Luandinos onde fica a academia Fitness. E bem pertinho e da ate para parar seu treno com as renas na porta. De vez em quando reclamamos de nossos vizinhos que ocupam a frente de nosso portao mas nesse caso juro que nao reclamamos.
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PS. Pode chegar atrasado. Nao vamos reclamar. O verao aqui dura 6 meses.
Obrigada e boas festas a voce e mamae Natal.
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Ahh uma dica. Aqui em Luanda os angolanos dao mais valor aos sapatos do que qualquer outra coisa. Entao, se o senhor entrar em casa pela porta da frente, nosso porteiro deixa uma esponja com graca debaixo do vaso no jardim. Com essa poeira toda pode ser que o senhor precise lustrar suas botas!



Meu primeiro Natal em Luanda


O Natal da Grande Familia


"Entao e Natal... pegue no meu deedo..."
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Dias escutando Freddy (nosso querido Beicola) cantar essa musica, esperando ansiosamente passar o Natal para ele poder ir embora na terca de manha. Bem... terca e hoje e ele ja se foi.. Com certeza esta feliz!
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Aqui temos que brincar com tudo e com todos para nos sentirmos mais em casa e podermos enfrentar essa epoca de festas com menos tristeza. Ainda bem que todo mundo cumpre a risca esse item do contrato! Nosso Natal foi fantastico.
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Nos unimos aos amigos brasileiros para celebrar a noite de Natal e beber para esquecer - como diz Manu. Teve de tudo um pouco e do melhor um muito. Ate Nao tivemos do que reclamar...
Que o Ano Novo venha nesse mesmo ritmo!




Tinha muita bebida? Tinha sim senhor! Ate uma inusitada caninha 61!! Sim e possivel!
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Bacalhau com molho de natas, Pao recheado, Fiambre de peru, carne com molho, arroz, farofa, queijos, batatas e mais um monte de comidas na geladeira que nao couberam na mesa. Fora a sobremesa que o povo atacou.
Voce viu? Eu tambem nao!
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E assim foi o Natal de mais de 30 pessoas.
Todos brasileiros, juntos, segurando a onda das quadras festivas,
como dizem aqui em Luanda.




Cenas inesqueciveis?
A tarrachinha, Black Label na concha de feijao, sinuca challenge.
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ATENCAO
"Devido ao conteudo nao recomendado para uma festa crista, o Comite Etico sugeriu a nao publicacao temporaria da maior parte das imagens registradas no local".

Saturday, December 23, 2006

Terapia em grupo

Como nossa semana aqui normalmente e bem puxada, definimos que a quarta-feira sera o dia de nossa terapia em grupo. Ao final do dia, la para as 8 da noite, saímos para jogar sinuca num boteco na Ilha.
O lugar e bem simples, mas e uma delicia ficar la.
Comida boa, claro que não muito em conta. Musica eclética. Se tem uma mesa de árabes, a musica árabe toca por uma hora. Se há outra de chineses, idem. O dono habilmente conseguiu agradar gregos e troianos e assim manter a sua clientela.
Diversão garantida.
Essa semana fomos e convidei Karina, uma produtora que acabou de chegar aqui na cidade. Veio também da Bahia e esta ainda na fase de festa, na fase boa. Como eu, tem a minha idade, não namora, não tem filhos e e divertidíssima. So tenho uma coisa a dizer... danou-se! Agora que tenho uma companheira nas mesmas condições que eu Luanda vai ser pequena para nos!


Os meninos concentradissimos no jogo e a gente barbarizando! A mesa mais animada do lugar!





Alias, na nossa primeira meia hora de conversa no carro as duas reclamando do mesmo assunto: DJ Tiesto na Bahia. Tudo de bom e a gente aqui curtindo Yuri da Cunha e Paulo Flores! Nobody deserves.... mas claro, dia 20 de janeiro estaremos na nossa rave particular no quintal de casa, ouvindo meus cds dele, bebendo e planejando nossa ida para o tour dele em Barcelona!
Acho que no fundo nao vamos sair perdendo! rs

Monday, December 18, 2006

Final de semana… esse foi uma raridade!

Pois e, aqui também tem churrasco, mpb e reunião de amigos aos finais de semana.
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E dessa vez foi no nosso cantinho...
Aproveitamos o final do ano e decidimos fazer uma festa no sábado. Alias, duas em uma. Comemoramos a abertura oficial da agencia, um Open Office e também uma festa de final de ano. Kwanzas daqui, kwanzas dali, mais uns trocadinhos em dólar e compramos as cervejas, as carnes (argentinas, claro), vodka e petisquinho... Entrava gente, saia gente e a festa atravessou a noite so acabando as 4 da manha. Eeee laia. Tudo o que o brasileiro gosta. Musica e boca livre.
Aqui e assim. Musica alta nunca atrapalha e ninguém reclama. O maximo que pode acontecer e o vizinho, se não convidado, colocar a carninha dele para assar no terraço ao lado, aproveitando o seu som.
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No domingo nada mais restava alem da sujeira para limpar, mas como aqui temos a faxineira, como a África é quente e onde há calor há sol e onde há sol, há Patricia se coçando para ir para a praia, lá fomos nos conhecer o Mussulo.
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A gente pega um barquinho, paga Kz 1000,00 para ir e voltar do continente (mais ou menos USD12,00) e chega num dos lugares mais lindos que eu ja conheci aqui.
Achei caro no comeco mas como para todas as outras coisas aqui nao existe Mastercard, ou seja, o prazer do consumismo, entao paguei essa facada assim mesmo, pelos bons momentos que eu iria ter nesse lugar.
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O Mussulo e uma baia formada por varias praias lindíssimas, onde a alta sociedade angolana se reúne nos finais de semana para passear de lancha, jet-ski e passar o tempo em areias brancas cheias de conchas, águas calmas, quentes e povoadas de peixes. Ficamos em Zanga. Uma dessas praias.
Vista da chegada na Baia de Mussulo.
Ceu e mar se fundem numa paisagem estonteante.

Como alguém não havia me apresentado isso antes?
O local mais movimentado e um bar chamado Barsulo, que fomos visitar mas não ficamos lá por estar cheio. Parece, sem exagero, a Polinésia Francesa. Bangalôs com colchões, camas de massagem, atendimento VIP e preço altíssimo – diga-se de passagem. Uma caipirinha chega a custar Kz 1200,00, aproximadamente USD 15,00, exatamente R$ 32,70.
Acho que ainda vale pela paisagem nao?

So quem sabe onde e Luanda saberá me dar valor...



As palavras de Gilberto Gil não poderiam ser mais exatas. Mais perfeitas.
Estou chegando a conclusão que morar em Luanda e somente para grandes aventureiros. Aventureiros que eu digo, não são aqueles que buscam emoções em uma viagem pela Europa, andando no trem da morte em MachuPichu ou aprendendo mais sobre o busdismo na Ásia, mas aqueles que conseguem romper as barreiras culturais e aprender olhando para si, para suas fraquezas. Aqueles que conseguem enfrentar seus fantasmas em um pais totalmente diferente, numa cultura que engana, que surpreende e também machuca.

Essa semana senti o preconceito na pele. Pela primeira vez em toda a minha vida.
Senti o peso que pouca quantidade de melanina tem numa sociedade negra, fechada, que ainda vive o fantasma do pós-guerra e se vê invadida por estrangeiros que buscam oportunidade de ganhar dinheiro em suas terras.
Ser branco em Luanda e aprender a ser discriminado.

Sábado resolvi sair para passear em um lugar aqui bem diferente, bem “local”.
Fui com dois amigos fazer umas compras no bairro de São Paulo. Eu, Rodrigo, o brasileiro que trabalha comigo e Bento, angolano, que foi o nosso salvador do dia.

São Paulo e um lugar onde não há brancos, não há charme, não há frescuras.
Podemos comparar esse lugar como uma das periferias da minha São Paulo.
Lá e o lugar onde as zungunzeiras se abastecem. Zungunzeiras, aquelas senhoras que vendem coisas na bacia que vai em suas cabeças pelas ruas enquanto amamentam seus filhos durante o caminhar sempre agarrados ao corpo. Essas e que são mulheres de verdade.

Paramos o carro e começamos a caminhar pela grande avenida principal do bairro. Por todos os lados lojas brasileiras, barraquinhas, esgoto a céu aberto, gente transitando enlouquecidamente entre os carros no frenético transito da cidade. Quase uma 25 de marco.

Logo nas primeiras quadras um policial nos para e pede os documentos. Estamos sem. Nossos passaportes estavam na DEFA para renovação do visto e somente a copia não era suficiente. Senti minhas mãos gelarem, tremi e me vi numa cela suja, cheia de gatunas, esperando para ser deportada. Enquanto o interrogatório acontecia, uma quantidade de policiais iam se juntando e na seqüência alguns curiosos, olhando para nos e nos rodeando como se tivéssemos roubado ou cometido algum crime.

Por um minuto vi uma cena que vivenciei alguns anos atrás na Oscar Freire, onde policiais paravam um grupo de moleques negros, os atirando nas paredes da La Perla. Eles só estavam caminhando. E da mesma forma olhamos de um jeito acusador, como se estivessem fazendo alguma coisa que interferisse no seu direito de ir e vir.

No final tudo se acertou e viemos embora tranqüilos porque havia um angolano se responsabilizando por nos, mas confesso que essa situação me deixou a pensar e avaliar as injustiças que eu possa ter cometido algumas vezes em minha vida. E lidar com isso não e nada agradável.

Penso se eu realmente preciso viver em um pais como Angola para ser uma pessoa melhor, tão diferente do meu Brasil. E cada vez mais vejo que sim.

As vezes avalio toda a situação e me sinto mal por estar perdendo poder viver mais tempo ao lado de minha família e amigos. Sinto saudades, às vezes choro. Me arrependo e lamento a distancia. Quero estar passando meus dias perto daqueles que amo. Me sinto triste, presa, sem a liberdade que eu tanto valorizo. Por outro lado vejo que se Deus podia me dar uma oportunidade realmente intensa para que eu aprendesse a lidar com meus erros e minhas fraquezas melhorando cada dia mais, ele o fez. Soube onde me colocar no momento que eu mais precisava crescer.

Por isso agradeço e queria que todas as pessoas pudessem ter essa chance de aprender a respeitar e lidar com as diferenças.
Hoje, depois de tão pouco tempo, eu sei o valor da privação, como dói olhar nosso próprio umbigo. Sei que aprender com a vivencia não e nada fácil e a gente aprende a ser mais humilde, mais simples. Hoje, se alguém me apontar um dedo na cara sem ter vivido o que eu estou vivendo aqui, não vai ter meu respeito.

Só quem sabe realmente onde e Luanda, saberá me dar valor.

Só quem é vítima de racismo sabe o quanto é ruim.

Friday, December 08, 2006

Um hobbie para passar o tempo


Aqui em Luanda, ao mesmo tempo que você tem muita coisa para fazer também não tem nada. Os lugares para visitarmos não são propriamente turísticos. A cidade não e turística. Carro nem sempre temos disponível em casa, kandonga nem pensar e táxi não existe. Tudo fica meio difícil. E como estamos aqui, como a grande e esmagadora maioria de estrangeiros para trabalhar, acabamos tendo que buscar alternativas de lazer para os finais de semana.

Agora resolvi me dedicar com fervor ao meu novo hobbie. A pintura a óleo em tela. Minha casa tem espaço, tem quintal, tem jardim e euzinha procurando o que fazer. Nada mais propicio.

Como decidi? Por incrível que pareça, estive na hora certa, no lugar certo, falando com a pessoa certa. Conheci a dona de uma galeria de arte que por sorte foi com a minha cara e o que aconteceu foi que ela me encomendou algumas telas sem ter nunca visto meu trabalho.

Estou finalizando meu primeiro nu artístico. Ainda estou cru. Tenho que treinar mais um pouco mas acho que depois do terceiro quadro melhora....


Olhem minha evolucao...