Monday, July 30, 2007

Enquanto o sono nao vem...



Enquanto o sono não vem
Viajo nas minhas ilusões
Divago com as minhas memórias
Esqueçoo que o tempo é feroz
Me assusto, perco o ar
Vejo ondas no céu e núvens no mar

Enquanto o sono não vem
Pensamentos tomam a minha mente
Que o vento passa e leva consigo

Meu discurso é comigo
Minhas palavras são verdadeiras
Meus gestos são sinceros
Verdades que nem semprem se poem a mostrar

Enquanto o sono não vem
Brinco de contar carneirinhos
Vejo fadas, falo com duendes
Sou princesa e madrasta má


Enquanto o sono não vem
Pisco os olhos como mágica
Grãos de areia
Minhas pálpebras estão a pesar

Enquanto o sono zzzz.....

Thursday, July 19, 2007

Dos míseros Reai$ aos duros USDólare$




Pois é! Em 2002 tudo era diferente. E bem diferente.

Depois de uma quinta ou sexta-feira de trabalho eu normalmente ia com Silvinha Stardom e Fabinho Murata (owwww saudades deles) para os cafundó do Brooklin, num barzinho chamado Fusca, curtir um pagodão sem compromisso.


Pagávamos R$2,00 para passar a noite num lugar de gente desencanada, que nada tinha a ver conosco. Assim encerrávamos nossas semanas. Ali eu tomei a minha primeira caipirinha inteira para o orgulho de meu pai.


Éramos nós duas sempre, um pessoal que trabalhava com Sil e de vez enquando um ou outro acompanhante que não se conformava com a “galera”local ou a cerveja quente que ficava aos montes em cima de uma mesa de sinuca rasgada no centro do bar. Lá no fundinho, do lado esquerdo de quem entrava um grupo de pagode tocava seu sonzinho para os montes de pessoas que se apertavam para dançar um samba-rock arranjado no chão de cimento pintado cinza e roxo no local.


Aquele Grupo que se apresentava no Fusca chama-se até hoje Revelação, faz sucesso nas rádios e nas bocas dos angolanos mais animados. Ontem fomos ao show deles no Cine Atlântico e, pasmem, paguei USD50,00 para curtir algumas horas de música brasileira da melhor espécie. Faltou Nete, Rô e LP dos brasileiros que moram aqui em casa, a caipirinha doce e a feijoada. Foi óootimo.


Hoje, depois de 5 anos, lembro disso com saudades e querendo que Silvia participasse desse momento.






3.750 Kuanzas ou USD 50 - o dinheiro mais alto e mais prazerozo que gastei nesta temporada.



Saturday, July 14, 2007

Um dia no Cazenga, uma lição para a vida!


Hoje acompanhei uns amigos que foram fazer um documentário sobre um fotógrafo que estava expondo seus trabalhos numa rua do Cazenga, um dos bairros mais pobres e sem estrutura aqui de Luanda. Foi uma experiência única!

Uma rua de terra e várias casinhas simples. A maioria barracos. Os donos emprestam seus muros para o fotógrafo expor suas fotos


Filhos dos moradores dessas casas foram instruídos para receber os visitantes e apresentar as fotos casa por casa. Detalhe: a maioria dos visitantes que eram pessoas do bairro que estavam ali para prestigiar e festejar o trabalho do artista e nós, os únicos de fora de verdade. Os únicos brancos e com uma grande oportunidade de viver um pouco o dia dos angolanos que representam a grande maioria do país.


Anfitriões de primeira. Todos foram muito receptivos e atenciosos conosco. E de graça.


Toda a comunidade tambem foi convidada a mostrar seus trabalhos em barraquinhas organizadas. Impressionante a atenção dedicada a nós. Todos os que estavam ali faziam questão que tocássemos, provássemos, vissemos e experimentássemos o que eles nos ofereciam. Os meus kambas aí de cima são costureiros que ensinam criancas de 12 anos a cozer nas horas ociosas.

Na barraquinha deles vários fatos amarelos e coloridos.

Claro que o foco da nossa visita eram as fotografias expostas, porém imagina que eu não ia enlouquecer com o que eu encontrei no meio da exposição: uma barraquinha onde as crianças eram distraídas por uma monitora para que não ficassem nas ruas sozinhas e para que seus pais pudessem cozinhar ou vender seus artigos no evento. O que me chamou a atenção foi o número de crianças para o número de barraquinhas. Estamos falando de mais de 50 crianças concentradas em um espacinho e de no máximo 10 barracas. São mais ou menos 5 crianças com menos de 12 anos por família. Acho que isso sendo bem positivo e sem contar os grandinhos que podiam circular.





Não aguentei. Fiquei aqui grande parte do tempo que estivemos na exposição.

Não preciso dizer como me senti ou qual era a minha vontade. Meu sorriso me entrega. Todas as crianças eram receptivas e queriam por que queriam tirar suas fotos conosco. E eu também, claro. Tentei conversar com todas as que cruzaram meu caminho porém elas não são muito falantes e ainda há a dificuldade do sotaque e do falar baixinho, mas via-se nos olhos de cada uma delas o que queriam dizer.


Aqui algumas fotos das famílias que moram na rua. Numerosas e bem simples, eu via que assistiam a tudo aquilo sem entender muita coisa. Em seus muséques, ficavam a porta somente passando os olhos nos transeuntes, em nós e em suas crias. Sempre sorridentes e receptivos.



Tia Isabel - dona de uma das barracas que nos fez peixe com feijão.
Nao vou mentir: me incomodou demais e não consegui comer ali.
Mais criancas, mais Patricia realizada

Friday, July 13, 2007

Minha despedida de Salvador - Um capítulo à parte

Minha despedida foi fantástica e merece um capitulo à parte. Foi um monte de gente. Ai, eu amei!!! Ficou marcado mesmo. Foi muito especial e me senti mais acolhida do que nunca na cidade da Baia de Todos os Santos. Não tem jeito. Salvador foi amor a primeira vista e cada vez que volto la é mais especial. Fomos para o Tijuana e o final da noite terminou com Fau numa filosofia insana na Bahia Marina (amigooooo... más linguas. Continuo com Pedro).

1- Iris e Ro... sem comentários! Tudo de bom sempre! Minhas irmãs de coração.
2- A Tay e O Du, casal maravilha, Binho e Jujuba. Amigos do coraçao e mais que especiais.
3- Agora com Helen e Paulinha. A primeira amiga em Salvador e a mais recente - me ganhou em Maceio.

1- Heraldinho e Carol. Todo o apoio do mundo do comeco ao fim .
2- My OpenBar friends, Tiago e Drika -toma-lhe, toma-lhe, toma-lhe surpresas!
3- Com Johnny Boy - figura essencial daqui para frente!


1- Louti e Gal, todo mundo merece a felicidade depois de viver em Angola
2- Ed, fiel companheiro agora de brincos e sem ameacas
3 - Ja com Fau na Marina... que viagem, que filosofia!

Resumo dos acontecimentos- 50 dias sem notícias!

Amigos, família e curiosos,

Mais uma vez peço desculpas por não atualizar meu blog com a frequencia que eu deveria.
Daqui há pouco eu vou ter mais posts de pedidos de desculpas do que de novidades sobre minha jornada pela África.

Bem, como de costume saí de férias depois de três meses em Luanda e fui visitar mais uma vez Liboa e aproveitei para dar uma esticadinha por Madrid e Barcelona com minhas amigas Isabel e Virgínia. Foi ótimo! Claro! Estou colocando algumas das 5 mil fotos tiradas para constar porque tem história! Gaudi, Dali, Picasso, Velasquez, enfim... tudo o que eu mais queria quanto à Arte e Literatura, passando pelas noites espanholas e passeios turísticos. Amei!

Madrid

Arte, cultura e night com minha amiga Bel. Acima, à direita, Palacio Gavíria. A melhor danceteria local. Abaixo, eu e Bel tentando colocar mais de 30 peças de roupa em uma mochila no saguão do hotel e a fazendo compras no Museu da Rainha Sofia (acho que 30 não eram suficientes!)




Barcelona



Com meu artista preferido, Dali em La Rambla (cocô na palheta de tinta) e Sagrada Família na palma das mãos. Eu e Vika no Parque Ghell, de Gaudi e no último dia passeando de bicicleta pelas praias e Barceloneta.



Por problemas para concessões de visto de volta para Luanda, tive que ficar mais tempo do que o previsto no Brasil. Depois de visitar minha família em São Paulo, passei ainda uns 15 dias em Salvador esperando o carimbo no passaporte para poder voltar.

Devido ao atraso consegui passar o São João em Salvador, bem diferente do ano passado em Bonfim, mas delicioso e relaxante. Fui com Fábio para a Praia do Forte, curtir uma areia e um forrozinho light. Vista para o mar e brisa na rede. Fantástico. Conseguimos colocar os nove meses que nos separaram em dia, conversamos sem cansar, filosofamos e não poderia ter sido melhor.

Antes disso ainda estive em Maceió com ele, com Paulinha, Chico e Manga. Eles trabalhando e eu descansando, curtindo matar saudades dos feirões da GM e do trabalho com marketing promocional. Entre um dia de trabalho e outro, um barzinho e uma caipirinha na praia.



Eu, Paulinha e Fábio em barzinho esperando mesa em Maceió e na semana seguinte na Praia do Forte - São João, eu e Binho na sacada do hotel, curtindo a vista do hotel. Sombra, petiscos do frigobar e conta alta.


Minha despedida também foi fantástica. Foi um monte de gente. Amei. Foi muito especial e me senti mais acolhida do que nunca na cidade da Baia de Todos os Santos. Não tem jeito. Salvador foi amor a primeira vista e cada vez que volto la é mais especial. Fomos para o Tijuana e o final da noite terminou com Fau numa filosofia insana na Bahia Marina. Amigooooo.... antes que pensem besteira.