Saturday, July 14, 2007

Um dia no Cazenga, uma lição para a vida!


Hoje acompanhei uns amigos que foram fazer um documentário sobre um fotógrafo que estava expondo seus trabalhos numa rua do Cazenga, um dos bairros mais pobres e sem estrutura aqui de Luanda. Foi uma experiência única!

Uma rua de terra e várias casinhas simples. A maioria barracos. Os donos emprestam seus muros para o fotógrafo expor suas fotos


Filhos dos moradores dessas casas foram instruídos para receber os visitantes e apresentar as fotos casa por casa. Detalhe: a maioria dos visitantes que eram pessoas do bairro que estavam ali para prestigiar e festejar o trabalho do artista e nós, os únicos de fora de verdade. Os únicos brancos e com uma grande oportunidade de viver um pouco o dia dos angolanos que representam a grande maioria do país.


Anfitriões de primeira. Todos foram muito receptivos e atenciosos conosco. E de graça.


Toda a comunidade tambem foi convidada a mostrar seus trabalhos em barraquinhas organizadas. Impressionante a atenção dedicada a nós. Todos os que estavam ali faziam questão que tocássemos, provássemos, vissemos e experimentássemos o que eles nos ofereciam. Os meus kambas aí de cima são costureiros que ensinam criancas de 12 anos a cozer nas horas ociosas.

Na barraquinha deles vários fatos amarelos e coloridos.

Claro que o foco da nossa visita eram as fotografias expostas, porém imagina que eu não ia enlouquecer com o que eu encontrei no meio da exposição: uma barraquinha onde as crianças eram distraídas por uma monitora para que não ficassem nas ruas sozinhas e para que seus pais pudessem cozinhar ou vender seus artigos no evento. O que me chamou a atenção foi o número de crianças para o número de barraquinhas. Estamos falando de mais de 50 crianças concentradas em um espacinho e de no máximo 10 barracas. São mais ou menos 5 crianças com menos de 12 anos por família. Acho que isso sendo bem positivo e sem contar os grandinhos que podiam circular.





Não aguentei. Fiquei aqui grande parte do tempo que estivemos na exposição.

Não preciso dizer como me senti ou qual era a minha vontade. Meu sorriso me entrega. Todas as crianças eram receptivas e queriam por que queriam tirar suas fotos conosco. E eu também, claro. Tentei conversar com todas as que cruzaram meu caminho porém elas não são muito falantes e ainda há a dificuldade do sotaque e do falar baixinho, mas via-se nos olhos de cada uma delas o que queriam dizer.


Aqui algumas fotos das famílias que moram na rua. Numerosas e bem simples, eu via que assistiam a tudo aquilo sem entender muita coisa. Em seus muséques, ficavam a porta somente passando os olhos nos transeuntes, em nós e em suas crias. Sempre sorridentes e receptivos.



Tia Isabel - dona de uma das barracas que nos fez peixe com feijão.
Nao vou mentir: me incomodou demais e não consegui comer ali.
Mais criancas, mais Patricia realizada

2 comments:

avilalba said...

Te amo linda, fotos maravilhosas e vejo pq a tenho como uma grande amiga e muito cara, pois vc é demais, tenho orgulho de sua trajetoria, vc é demais mesmo, bjs e boa sorte, sempre estarei ao seu dispor, bjs mil.

Ale

Anonymous said...

Gatinha, o mundo levou voce da gente e temos que nos acostumar. Guerreira, forte e mulher de verdade. Voce nao pode mesmo ficar do lado debaixo do equador so. Quanto voce pode contribuir ? Sei que muito so nao apareceu ainda a oportunidade. Que orgulho de voce! Feliz do homem que te tem ao seu lado, feliz que somos por sermos seus amigos.